sábado, 9 de abril de 2016

Musicais

Não tenho paciência com musicais. Talvez um ou dois musicais me convenceram. Aqueles em que a música faz parte do contexto do enredo me soam mais naturais e mais agradáveis. The Wall, baseado na obra do Pink Floyd e dirigido por Alan Park é uma das exceções. Perturbador e profundo, é um filme célebre.

Mas a maioria dos filmes musicais me soam maçantes, chatos e forçados. A estética da Broadway utilizada na maioria dos filmes me soa muito artificial, de plástico, quase como um sanduíche do Mac Donalds.

Filmes famosos como Jesus Cristo Super Star e Cantando na Chuva nunca me atraíram. Até filmes musicais de diretores que gosto muito, como Martin Scorsese, Tim Burton e Woody Allen não me agradaram. 
Acho muito estranho ver os diálogos entrecortados por números de canto e dança. Tenho a sensação incômoda de que a história é forçada e não se sustenta. Talvez fico frustado por não poder presenciar uma cena de um musical na vida cotidiana.

Em situações cotidianas da vida eu imagino sempre as pessoas parando e todos cantando e dançando de supetão, sem aviso e abruptamente, e como se nada tivesse acontecido voltarem para seus afazeres.

Fico imaginando como seria, em uma audiência trabalhista pesada, onde após o juiz ouvir várias testemunhas, subisse na mesa e começasse a cantar e dançar Ain't got no ... i've got live da Nina Simone, o escrivão transformasse o teclado do computador em um piano, as testemunhas virassem backing vocals, os advogados em instrumentistas e as partes da ação em dançarinos! Depois do juiz cantar a todos pulmões, versos como "I got my hair, got my head, Got my brains, got my ears, Got my eyes, got my nose, Got my mouth, I got my...I got myself" e de dançar alucinadamente com o escrivão, autor, réu, testemunhas, voltarem normalmente para seus lugares e o juiz decretar o fim da audiência, como se nada tivesse acontecido. 



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