sábado, 10 de outubro de 2015

Breves considerações sobre Seleção da CBF

Muito se tem discutido sobre a decadência da Seleção Brasileira. A humilhante derrota que o time que representa o Brasil  sofreu para Alemanha entrou para histórica do futebol. Em plena Copa no Brasil, no Mineirão, o  time brasileiro foi goleado fulminantemente pela seleção Germânica. 
Após a eliminação vergonhosa o técnico Luiz Felipe Scolari foi demitido. Scolari tinha sido contratado por ter no histórico o último título de Copa do Brasil. No já distante ano de 2002, contando com super craques como Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos e um jovem Ronaldinho Gaúcho, o time comandado por Scolari, mais conhecido como Felipão, se sagrou campeão.
Posteriormente, Felipão cumulou uma série de fracassos por onde trabalhou. Perdeu uma Euro Copa com a seleção portuguesa contra a inexpressiva Grécia, teve desempenho pífio no poderoso Chelsea. Passou um tempo no semiprofissional futebol do Azerbaijão e depois trabalhou no Palmeiras, saindo às vésperas do seu melancólico rebaixamento. Como prêmio do rebaixamento do Palmeiras, foi contratado pela CBF para assumir a Seleção Brasileira.

Após o vexame no Mineirão, a Confederação Brasileira falou em reformular a seleção. Contratou com supervisor da mesma o ex goleiro Gilmar Rinaldi. O ex atleta, à muito se dedicava à negócios com jogadores de futebol. Foi empresário de vários jogadores, entre os mais famosos o centroavante Adriano Imperador. Muitos questionaram o fato de Gilmar ter interesses contraditórios com a da Seleção, visto que era até a véspera de assumir o cargo, era empresário de jogadores, lucrando com vendas e bons contratos, tendo assim claro interesse em ver seus clientes convocados pela Seleção. Nada disso foi levado em conta.
Para completar, conjuntamente com a direção da confederação, Rinaldi contratou para técnico o ex jogador e ex técnico da Seleção,  Dunga. Dunga foi um volante que ganhou notoriedade no futebol por ser jogador vigoroso, porém de recursos técnicos limitados. Na Copa da Itália, em 1990, a seleção ficou conhecida como a "Era Dunga". Dunga tinha dado nome a uma geração fracassada. Em 1994, o mesmo jogador foi capitão da Seleção que depois de 24 anos se sagraria campeão da Copa do Mundo. Ao receber a taça, o capitão xingou todos aqueles que o tinha criticado anos antes, mostrando toda sua carga de rancor. 
O tempo passou, Dunga aposentou e a Seleção Brasileira, contando com uma geração brilhante, com nomes como Ronaldo, Adriano, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho, Roberto Carlos, foi eliminada da Copa da Alemanha. Muitos críticos da época, em análise simplista e superficial, chegaram à conclusão que aquela seleção só perdeu a Copa porquê faltava liderança para o time, que Carlos Alberto Parreira, técnico na época, deixou o time muito à vontade.
Com isso, a CBF contratou o antigo capitão do Tetra, o citado ex volante Dunga. Pasmem, Dunga nunca tinha sido técnico. Não foi técnico nem de time amador e foi alçado à condição de técnico de uma das mais importantes seleções do mundo, por ter sido um jogador que de acordo com parte da imprensa esportiva, tinha liderança. A análise foi simples, se faltou liderança do técnico Parreira, o sisudo ex capitão do tetra poderia assumir o time. Não levaram em conta a falta de experiência do técnico, não levaram em conta questões táticas e muito menos o quanto a Confederação Brasileira tinha outros interesses diversos do futebol. Posteriormente, o até então presidente da CBF foi afastado por uma série de denúncias de corrupção.

Na Copa África, o time do técnico Dunga, em um jogo onde o time parecida bastante influenciados pelo temperamento enérgico do técnico, perdeu de virada para a seleção holandesa e foi eliminada. Dunga sempre mostrou destempero ao ser questionado por seu trabalho, chegando ao extremo de xingar um jornalista da Rede Globo com palavras de baixo calão.

Posteriormente à eliminação em 2010, o técnico seria demitido da CBF. Após essa demissão, foi contratado pelo time do Internacional de Porto Alegre, time onde foi jogador. Teve baixo desempenho sendo também demitido. Ficou desempregado até que seu ex colega de seleção, Gilmar Rinaldi, o contratasse novamente para assumir a Seleção Brasileira. Mesmo não tendo nenhum sucesso como técnico em nenhum time que comandou, voltou para o posto da seleção nacional.
Na Copa América realizada no último ano, foi desclassificado pelo pouco tradicional time do Paraguai. 
Na estreia da seleção na eliminatórias da Copa de 2018 perdeu para o time do Chile. Tal derrota, a primeira em uma estreia de eliminatórias causou muitas discussões sobre o futebol brasileiro. 
A derrocada da seleção é evidente. Muitos discute sobre a safra de jogadores, de esquemas táticos utilizado pelo técnico da seleção, mas pouco se fala da estrutura arcaica da CBF, atolada em escândalos de corrupção  e da escolhas de técnicos por critérios simplistas. A questão é muito mais profunda e complexa. 

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